MMS - Lapidando Mentes
2 de ago de 20223 min
O estresse pós-traumático é um transtorno de ansiedade que pode ter diferentes consequências na vida de uma pessoa, interferindo nos relacionamentos, no trabalho e nos estudos. Por isso é importante procurar ajuda se notar sintomas em você ou em alguém próximo.
Neste artigo, compilamos as principais informações sobre o distúrbio, incluindo sintomas, causas e tipos de tratamento. Assim, você terá em mãos tudo o que precisa saber para lidar com o quadro. Continue a leitura!
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é um transtorno de ansiedade caracterizado por sintomas físicos, emocionais e psicológicos resultantes de experiências violentas ou traumáticas. Os eventos que desencadeiam a doença são frequentemente fatais para o indivíduo ou para terceiros.
Assim, quando a pessoa relembra o evento traumático, ela revive o momento como se tivesse acontecido novamente e acaba sentindo a dor e a angústia causadas pelo estressor. Este tipo de recordação produz alterações neurofisiológicas e psicológicas.
Pesquisas desenvolvidas pela UNIFESP e outras universidades brasileiras em parceria com pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, levantaram a hipótese de a causa do transtorno estar relacionada ao desequilíbrio nos níveis de cortisol ou na redução de 8% a 10% do córtex pré-frontal e do hipocampo.
Embora o medo seja uma resposta normal do corpo, nessas situações, o estresse pós-traumático pode induzir ao medo excessivo e constante que gera limitações na vida do indivíduo. Como resultado, ele pode deixar de realizar tarefas rotineiras ou ter medo de ficar sozinho, mesmo quando não há perigo aparente.
É importante ressaltar que é perfeitamente normal sentir calafrios após uma experiência traumática. No entanto, algumas pessoas experimentam sentimentos e pensamentos perturbadores associados ao evento que persistem por meses ou anos. Nesses casos, é preciso ficar atento aos sintomas que podem indicar que algo não está indo bem.
Memória persistente: a pessoa revive involuntariamente o trauma por meio de lembranças repetidas e dolorosas, pesadelos ou a sensação de que a situação está acontecendo novamente;
Reações físicas: As mais comuns são náuseas, sudorese, taquicardia, tremores, tontura, dor de cabeça;
Hiperexcitação: envolve vigilância constante, explosões de raiva e dificuldade de concentração e sono;
Comportamento evitativo e isolamento social: as pessoas começam a evitar lugares, atividades e até pessoas que causam memórias difíceis e dolorosas. Você também pode ter dificuldade em falar sobre eventos traumáticos;
Crenças e emoções negativas: dificuldade para confiar nas outras pessoas e manter relacionamentos, além de sentimentos de culpa e vergonha.
O Manual de Diagnóstico dos Distúrbios Mentais e o CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) estabeleceram critérios para o diagnóstico do transtorno. O primeiro requisito é identificar estressores, ou seja, eventos traumáticos que ameaçam a vida de um indivíduo ou de alguém próximo a ele.
Em seguida, são analisados os sintomas, que por sua vez devem estar presentes há pelo menos um mês. Psiquiatras devem realizar avaliações para descartar outros transtornos orgânicos, como alcoolismo e outros transtornos, como depressão e síndrome do pânico.
Cerca de 20% das pessoas que passaram por um evento traumático desenvolvem o transtorno. No entanto, é importante notar que a maioria das pessoas procura ajuda apenas alguns anos após a primeira crise. Os principais tipos de eventos que podem criar gerar o transtorno são:
violência urbana;
agressão física;
abuso sexual;
tortura;
terrorismo;
sequestro;
guerra;
acidentes;
catástrofes naturais ou provocadas.
Em geral, qualquer evento traumático pode causar problemas. Além disso, isso não é necessariamente algo que acontece com o indivíduo, ou seja, ele pode ter testemunhado ou sido informado de eventos difíceis (como agressão ou sequestro) com outras pessoas.
Qualquer pessoa que tenha sofrido algum tipo de trauma psicológico pode desenvolver o transtorno, mas um fato importante é que as mulheres são afetadas duas vezes mais que os homens.
O tratamento para o estresse pós-traumático é projetado para ajudar os pacientes a gerenciar seu medo e angústia e ser capazes de lidar com os sintomas da doença. É importante buscar orientação de profissionais como psiquiatras e psicólogos para que seja estruturado um plano de tratamento individual.
A mais comum é a psicoterapia, principalmente através dos métodos da terapia cognitivo-comportamental. Além disso, em alguns casos, antidepressivos, ansiolíticos ou outros tipos de medicamentos podem ser necessários para aliviar os sintomas do distúrbio.
Além de indicações de amigos e familiares, você pode contar com plataformas online para encontrar seu psiquiatra e iniciar seu tratamento. As reuniões podem ser realizadas online ou pessoalmente nos dias de hoje, tornando o processo mais fácil para muitos.
Independente da forma, o mais importante é não ignorar os sintomas e buscar ajuda o quanto antes para melhorar seu bem-estar e qualidade de vida!