O uso da tecnologia vem se tornando cada vez mais importante para a rotina da sociedade contemporânea. Os dispositivos tecnológicos tornaram-se indispensáveis para a comunicação entre as pessoas, para facilitar o acesso ao conhecimento e execução de atividades corporativas.
Por conta das facilidades proporcionadas pela tecnologia, ficou cada vez mais difícil nos imaginarmos sem ela. Afinal, é possível conversar com pessoas de qualquer lugar do mundo, abrir um negócio através da internet, construir relações, entre outras possibilidades.
Porém, a tecnologia é capaz de gerar uma série de malefícios para quem se torna dependente dela, como a falta de sociabilidade e a dificuldade em construir relacionamentos interpessoais duradouros.
Também conhecido como nomofobia, o vício em dispositivos tecnológicos cresceu - e muito! - nos últimos anos. Por isso, é importante saber o que significa esse transtorno, bem como suas características e tratamentos.
O que é nomofobia?
A falta de reconhecimento do termo é uma consequência de sua origem. ‘’Fobia’’, como muitas pessoas sabem, significa medo irracional ou exagerado. ‘’Nomo’’, por outro lado, é uma abreviação do termo em inglês ‘’No Mobile’’, que significa ‘’Sem Aparelho Móvel’’.
Em tradução literal, a nomofobia pode ser caracterizada como ‘’medo de ficar sem aparelho móvel’’, ou seja, sem celular, sem tablet ou mesmo computadores. O termo teve sua origem na Inglaterra, região em que a população tem, ao menos, um aparelho móvel.
Embora o conceito tenha surgido na Inglaterra por conta dos estudos e pesquisas feitos no país, é possível observar que a nomofobia se aplica em diversos países do mundo, principalmente entre a população jovem, que cresceu utilizando tecnologias e meios de comunicação digitais.
Quais são as principais características da nomofobia?
Identificar a nomofobia pode não ser uma tarefa muito fácil, uma vez que existem graus variados do transtorno. Entretanto, há características mais perceptíveis. São elas:
1. Sinais regulares de ansiedade ao deixar o aparelho
O indivíduo que possui a nomofobia tende a sentir o efeito quando fica muito tempo sem verificar o celular ou quando não tem o aparelho em suas mãos. Na maioria das vezes, essa ‘’falta’’ se manifesta na forma de ansiedade.
Dessa forma, a pessoa nomofóbica não consegue ficar parada, começa a olhar para os lados, faz gestos repetitivos constantemente, entre outros sinais de alerta.
É importante ressaltar que a incapacidade de relaxar pode gerar problemas graves, tais como insônia, ansiedade e depressão. Se um indivíduo tem dificuldades de ficar longe do celular, é muito provável que ele tenha ou esteja desenvolvendo nomofobia.
2. Despertar apenas para olhar o celular
Outra característica muito forte de quem conta com a nomofobia é despertar durante a noite apenas para verificar o celular, ainda que não tenha nada em específico para pesquisar ou uma nota de trabalho para analisar.
A pessoa nomofóbica perde o sono de uma hora para outra e começa a verificar suas redes sociais, assistir vídeos ou mesmo séries. Por consequência, esse hábito tende a prejudicar sua rotina de sono e afetar sua produtividade durante o dia.
Além disso, deixar de usufruir boas horas de sono para acessar o celular interfere na qualidade de vida, bem como no bem-estar dos indivíduos.
3. Nunca largar o aparelho
Esse sinal é um pouco mais evidente de que existe, de fato, um problema. Quando a pessoa leva o celular o tempo todo para algum lugar e utiliza-o mesmo em momentos de descontração, pode ser um alerta relacionado a ansiedade.
É importante lembrar que esse sinal se torna mais relevante quando a pessoa nomofóbica é deixada sem celular, o que agrava os sintomas mencionados logo no primeiro tópico. Por isso, fique atento aos pequenos sinais.
4. Escutar a ''vibração fantasma’’ do aparelho
Você já lidou com o fenômeno da ‘’vibração fantasma’’, também conhecido como ‘’chamada fantasma’’? Trata-se de uma situação em que se ouve o celular vibrar, ainda que ele não tenha dado nenhum sinal ou não esteja em mãos.
Em contrapartida, é um sinal menos decisivo, haja vista que é comum que muitas pessoas tenham essa sensação. Afinal, é o resultado do hábito de pegar o celular ou sempre esperar que ele dê algum sinal.
O problema começa quando o fenômeno torna-se mais severo, podendo atrapalhar o dia a dia e até mesmo as atividades corporativas e estudantis.
Quais são os efeitos da nomofobia?
Um dos efeitos mais negativos da nomofobia é a dificuldade de concentração. Uma vez que o indivíduo sente a necessidade de olhar o celular constantemente, acaba não conseguindo se concentrar em outros pontos, uma vez que o aparelho gera uma bomba de informações ao cérebro.
Como consequência do vício, muitas pessoas podem desenvolver dificuldade de aprendizado e orientação, o que pode impactar diretamente o futuro profissional.
Outro efeito da síndrome é que a maior parte das conversas é pensada e realizada por meio do aparelho, nunca pelo contato pessoal. Se esse for o único canal de comunicação do indivíduo, é provável que o mesmo desenvolva dificuldades para manter conversas presenciais.
Além do mais, por conta da necessidade de sempre averiguar o que está acontecendo no smartphone e absorver seu conteúdo, o indivíduo pode apresentar dificuldades para se comunicar presencialmente, tornando-se menos sociável.
Por fim, uma consequência mais grave da nomofobia é o possível desenvolvimento da ansiedade generalizada. Pelo fato do smartphone oferecer uma série de informações, o cérebro entra em maior atividade constante, evitando o relaxamento.
Dessa forma, quando se averigua o dispositivo frequentemente, o fenômeno se torna ainda mais grave, promovendo insônia, inquietação, irritabilidade, entre outras questões.
Como funciona o tratamento?
Caso você observe algum desses sintomas em uma pessoa próxima, é importante orientá-la a buscar um tratamento adequado, como a psicoterapia.
Nesse sentido, a terapia cognitivo-comportamental é uma das melhores opções para quem deseja se livrar da fobia ou evitar que ela afete a sua rotina, tanto pessoal quanto profissional.
Com todas as informações citadas acima, agora você já sabe o que é nomofobia e quais são as características que precisam de atenção. Lembre-se: nenhum transtorno deve ser deixado de lado, por mais simples que pareça ser.
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