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Fases do luto: como lidar com a perda?



Lidar com a morte de uma pessoa querida não é nada fácil. Chega a ser impressionante o fato de que nós, como seres humanos, conseguimos compreender que nossa existência é finita - para aqueles que não acreditam em vida após a morte-, mas nunca estamos preparados para perder alguém.


Geralmente, as perdas atingem as pessoas de uma forma agressiva, causando lágrimas, arrependimentos, desespero e depressão. É claro que essas são reações comuns, esperadas e necessárias para aliviar a dor de perder alguém que tanto ama.


Por outro lado, será que as pessoas teriam reações tão expressivas se houvesse a aceitação da iminência da morte? Sabemos que as fases do luto ainda são um tabu. E a maioria das pessoas opta por deixar esse processo de lado no exato momento do luto.


Pensando em facilitar a compreensão da perda e esclarecer os processos que levam os indivíduos a enfrentar o luto, vamos abordar neste post os principais estágios da dor e como lidar com cada um deles. Continue lendo e confira!


O que é o luto?


O luto é o processo que se inicia a partir da morte de uma pessoa querida. Um sentimento similar é quando se perde um vínculo afetivo ou um contato diário, como um relacionamento amoroso ou uma oportunidade de trabalho.


O indivíduo que se encontra em um processo de luto entra em um estado de recolhimento, no qual enfrenta uma trajetória emocional diferente e complexa, logo após a perda. Durante esse período, é normal que a pessoa enlutada tenha crises de choro e passe a demonstrar angústia.


Além disso, a pessoa pode, também, não querer sair de casa, deixar de praticar atividades que antes lhe davam prazer e esteja sempre triste. Do mesmo modo, ela pode nutrir inúmeras outras emoções, tais como frustração, culpa, irritabilidade, desânimo e desespero.


Embora seja uma experiência dolorosa, é um período necessário para que o indivíduo retome a sua vida e volte a olhar para o mundo exterior - trabalho, vida social, relacionamento e projetos pessoais. Cada um enfrenta isso de uma forma única e individual.


É importante lembrar que dependendo da sua personalidade, experiências de vida e inteligência emocional, é possível, sim, enfrentar o luto de uma forma mais saudável; ou seja, sem alimentar sentimentos ruins.


Quais são as 5 fases do luto?


A primeira pessoa a refletir sobre as fases do luto foi a psiquiatra suíça-americana, Elisabeth Kübler-Ross (1926 – 2004).


Elisabeth dedicou boa parte de sua carreira para estudar as reações emocionais de pacientes em estado terminal, com ênfase em câncer e AIDS, oferecendo-lhes escuta em momentos de medo e solidão. O seu objetivo era tornar o tratamento mais humanizado, além de preparar uma nova geração de médicos para falar sobre o luto e a morte.


Em sua obra ‘’Sobre a Morte e o Morrer’’, a psiquiatra fala sobre os 5 estágios do luto. Ela entrevistou pacientes e familiares, buscando entender a sua relação com a morte e a aceitação da perda.


De acordo com Elisabeth, as cinco fases do luto não são vividas linearmente, como muita gente acredita. Cada indivíduo vive essa experiência de uma maneira singular, de acordo com suas experiências, competências emocionais e história de vida.


Além disso, segundo estudos da autora, a pessoa que se encontra em uma fase terminal também enfrenta o processo de luto até aceitar a sua condição e o que ela significa. Portanto, as cinco fases do luto também se aplicam a esses cenários.


1. Negação


Geralmente, a primeira reação que as pessoas têm ao ouvir a notícia da morte de alguém amado é rejeitá-la. O indivíduo enlutado não acredita e nem quer acreditar na possibilidade de perder uma pessoa amada, por isso, diz não a própria realidade.


Nesse sentido, a negação tem como objetivo proteger o indivíduo de uma verdade inconveniente, a qual poderá afetá-lo emocionalmente. Assim, esse estágio do luto pode demorar minutos, dias ou semanas para passar.


2. Raiva


É comum que sentimentos de raiva, medo, desespero, angústia, culpa e frustração apareçam frequentemente. Este turbilhão de emoções dominam a mente da pessoa enlutada, fazendo-a ter comportamentos estranhos e condutas até imorais.


Quando alguém tenta mostrar a realidade para a pessoa que enfrenta o processo de luto, ela reage de maneira agressiva, ainda incapaz de aceitar o fato de ter perdido alguém.


Além disso, é possível que o indivíduo enlutado manifeste a sua raiva por meio de ações agressivas, tais como beber demais, brigar com desconhecidos e destruir seus bens materiais. Como não está bem mentalmente, ela não entende a gravidade de suas atitudes.


3. Barganha ou negociação


Basicamente, esta fase do luto se baseia em negociações. A pessoa enlutada negocia consigo mesma ou com uma entidade superior em que acredita na tentativa desesperada de diminuir a sua dor.


Inúmeros pensamentos de ‘’e se eu tivesse feito isso’’ ou de ‘’se eu fizer X coisa, posso mudar a situação’’ manifestam-se na mente da pessoa em luto. Embora ela saiba a impossibilidade dessas ações, ela alimenta os pensamentos para aliviar a si mesma.


4. Depressão


Certamente uma das fases mais intensas do luto é a depressão. A pessoa passa por um longo processo de sofrimento, o qual pode se prolongar por semanas ou meses. Ela se alimenta da dor gerada pela perda da pessoa amada, usando-a como combustível para permanecer com a depressão.


Dessa forma, o indivíduo enlutado chora constantemente, repensa as suas ações e experiências de vida, se isola de familiares e amigos, tem crises de saudade e não consegue retomar a vida que levava antes da perda.


Trata-se de um estágio que exige muito apoio de familiares e amigos, além de sessões com um terapeuta ou psicólogo. A pessoa enlutada pode desenvolver um estado de depressão profundo caso não procure ajuda de um profissional especializado.


5. Aceitação


Por último, a aceitação encerra as fases do luto. É neste exato momento que a pessoa enlutada entende compreende a sua nova realidade, construída pela ausência do indivíduo que partiu. A angústia já foi externalizada, gerando um sentimento de paz interior.


É importante lembrar que aceitar a perda não tem nenhuma relação com seguir a vida imaginando que a pessoa amada nunca existiu. Não é esquecer os momentos bons vividos, muito menos as experiências que adquiriram juntas.


Afinal, a saudade ainda vai revirar seus sentimentos e as lembranças sempre estarão em sua mente, mesmo após a partida. Aceitar significa conviver com a perda. Significa lembrar da pessoa, aceitar que ela fez parte da sua vida e compreender que é necessário continuar vivendo.


Na verdade, a aceitação é um processo que deve ser enfrentado mesmo antes de uma perda. Ainda que seja complicado aceitar que a vida cessará em dado momento, precisamos fazê-lo para lidar melhor com nossas perdas. Afinal, o destino não é escrito.


Embora seja comum esperar pelo fim somente ao chegar a uma idade avançada, a morte não é algo datado, e pode nos surpreender a qualquer momento. Então, lembre-se que todos nós estamos suscetíveis a encontrá-la.


Portanto, abrace, beije, ame, se apaixone, perca a vergonha e faça coisas que nunca imaginou fazer. Viva de acordo com seus valores e anseios para não se arrepender depois. Além disso, fale sobre a morte sem receio para aprender a lidar com ela.


Como lidar com o luto?


Sempre que falamos sobre lidar com o luto, muitas pessoas apresentam opiniões diversas e complexas. Há aqueles que acreditam que não é saudável se entregar a ele. Há quem diga ainda que o luto deve ser vivido intensamente.


Mas, afinal, qual é a resposta certa? Bom, as duas! O processo de luto não é patológico. Ele é uma reação esperada quando se tem uma perda. Viver o luto é um direito de todas as pessoas, independente do grau de parentesco ou de afinidade com quem partiu.


Os cinco estágios de luto devem ser enfrentados para a pessoa enlutada compreender a magnitude da sua perda, expressar sentimentos e, por fim, encontrar um ponto de paz.


Entretanto, não são todas as pessoas que conseguem enfrentar as cinco fases de maneira tranquila e segura. Como precisa controlar muitas emoções ao mesmo tempo, a pessoa enlutada pode se sentir sobrecarregada, levando anos para aceitar a perda.


Qual a importância da terapia durante o luto?


Durante os cinco estágios do luto, procurar um psicólogo ou terapeuta é fundamental. O psicólogo tem o papel de auxiliar a pessoa enlutada a enfrentar as fases do luto. Ele a orienta a fazer uso da sua força interna para, enfim, aceitar a perda. Com isso, a pessoa consegue traçar novos objetivos de vida.


Dito isto, a terapia é um passo essencial para aliviar a vivência do luto. Se você não consegue chegar ao processo de aceitação após a perda de uma pessoa querida, busque ajuda profissional para processar o luto e viver uma nova realidade.


A Lapidando Mentes é um espaço de terapia online que tem como objetivo auxiliar pacientes a desenvolver autoestima, amor-próprio e compreender suas próprias emoções. Se você não sabe onde encontrar um psicólogo, comece por aqui!









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