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Masculinidade tóxica: entenda sobre o assunto



Você sabe o que é masculinidade tóxica? O termo é amplamente discutido hoje para se referir a características estereotipadas frequentemente atribuídas aos homens. Vivemos em uma sociedade onde certos comportamentos são esperados tanto de homens quanto de mulheres.


Desde a infância, somos condicionados a agir e pensar de maneiras que nos são impostas, direta ou indiretamente, por nossos pais, amigos, professores, colegas, chefes etc. Basicamente todas as pessoas e lugares que visitamos.


Você provavelmente já ouviu frases como "homens de verdade não fazem X ou Y" ou "homens não choram" ou "homens precisam ser fortes". Durante anos, tomamos essas declarações como certas e as usamos para guiar nossas vidas. No entanto, esses padrões comportamentais costumam ser prejudiciais para nós e para as pessoas ao nosso redor.


É o caso da masculinidade tóxica, que estimula a perpetuação de comportamentos nocivos conhecidos como “tipicamente masculinos”.


O que é masculinidade tóxica?


Apesar de ouvir e ler muito sobre o conceito hoje em dia, ainda pode ser difícil identificar as circunstâncias em que a masculinidade tóxica se manifesta. Alguns comportamentos masculinos estão tão arraigados em nossa cultura que não percebemos. Fomos "anestesiados".


No entanto, algumas situações são comuns. Por exemplo, em uma mesa de bar, um grupo de amigos força outro grupo de amigos a conversar com uma mulher atraente. O amigo se recusa e os outros começam a zombar dele, duvidando de sua masculinidade.


Apesar de se sentir desconfortável ou desinteressado pela mulher, o amigo se levanta e conversa com ela para provar que todos estavam errados. Isso é comum por causa da crença generalizada de que os homens procuram mulheres e sexo e não têm medo de expressá-los.


A pressão social para fazer algo que você não quer é um sinal claro de masculinidade tóxica. Esse incentivo à demonstração de suas habilidades pode ser repetido em diversas situações: na partida de futebol amigável do fim de semana, no trânsito, no trabalho, no bar, no relacionamento e com os filhos.


A maneira como os homens respondem a pressão social também contribui para o perpetuamento desses pensamentos.


Alguns homens sabem o que se espera deles e tentarão repetir padrões aos quais estão acostumados, mesmo quando não querem. Sua motivação é a necessidade de ser aceito. Assim, o problema torna-se um círculo vicioso.


Crenças alimentadas pela sociedade


Mesmo que ninguém nos ensine a nos comportar de determinada maneira, é claro que nossas crenças sociais nos são transmitidas de alguma forma.

  • Homem não chora.

  • Homem não pode usar rosa.

  • Só o homem gosta de sexo.

  • Brincar de boneca é coisa de menina.

  • Homem não faz serviço doméstico.

  • Todo homem gosta de futebol e cerveja.

  • “Macho de verdade” não vai ao médico.

  • Homem precisa ser o provedor da casa. Caso contrário, é um fracassado.

  • O homem que manda dentro de casa.

  • Homem que gosta de X coisa (reality show, teatro, musicais, interesses tipicamente femininos) é gay.

  • O que não acha em casa, o homem procura na rua.

Percebemos que nem tudo isso é necessariamente ruim ou mesquinho. Na maioria dos casos, são as pequenas restrições, como não usar rosa, que levam à naturalização e propagação de comportamentos nocivos.


Como a masculinidade tóxica prejudica os homens


Além do prejuízo causado à autoestima e à autoconfiança, os homens acabam não se conectando com suas emoções para não parecerem fracos.


Portanto, não desenvolvem inteligência emocional para lidar com possíveis adversidades. É assim que nascem chefes agressivos, parceiros hostis e amigos desrespeitosos.


A incapacidade de administrar e canalizar emoções como frustração, raiva e angústia de maneira positiva pode afetar a saúde mental de um homem.


Comportamentos nocivos passam então a funcionar como válvulas de escape, como atitudes irrelevantes (dirigir perigosamente ou brigar para provar masculinidade) e irritabilidade excessiva.


Além disso, os homens acabam sendo colocados em uma caixa por causa da ideia de masculinidade circulada na sociedade. Qualquer um queira sair dela é visto como um estranho. Essa limitação impede que o homem se expresse da maneira que realmente deseja e sufoca seus desejos reais.


Afeta até mesmo as escolhas de carreira, já que os homens podem escolher ocupações mais “masculinas” para se encaixar.


Quando vivemos de uma forma que não condiz com o que acreditamos, ficamos infelizes. Dito isso, existe até a possibilidade de desenvolver doenças e distúrbios a longo prazo.


A masculinidade tóxica também inclui aversão a comportamentos e interesses tipicamente associados a mulheres. Dessa forma, fica mais difícil construir relacionamentos amorosos saudáveis e respeitosos.


Qualquer traço de masculinidade que precise ser reafirmado em vez de feminilidade pode levar a relacionamentos abusivos e agressões.


Não confunda masculinidade tóxica com masculinidade


Uma crítica à masculinidade tóxica não é uma crítica aos homens ou à própria masculinidade. Mas sim, quando prejudicial, ao conjunto de papéis, comportamentos e atributos a ela associados. A desinformação sobre esse tema dificulta a existência de um debate saudável.


Contudo, o que se procura, na verdade, é eliminar atitudes tóxicas percebidas como naturais, para promover uma convivência social benéfica para todos.


Essa mudança só acontecerá se as definições de masculinidade até então aceitas forem questionadas. Afinal, nem todo mundo é certo para eles, então por que todos deveriam segui-los?

Esta imposição é prejudicial para o desenvolvimento pessoal, emocional e profissional dos homens.


À medida que as sociedades mudam, surgem novos valores e crenças. Este é um processo normal de desenvolvimento. Então discussões como essa são necessárias para entendermos a nova realidade e definirmos o que cabe e o que não cabe nela.


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